Sobre
Operation Clear Field | The South Ossetia Conflict
Durante séculos, as pessoas da Ossétia viviam no norte e sul das montanhas do Cáucaso que dividia o seu território em dois. O Império Russo anexou a Ossétia em 1774 e gradualmente fez dela o seu centro de operações militares e expansão política por todo o Cáucaso. Em 1801 a Geórgia começou a fazer parte do território do Imperio Russo e nunca deixou de tentar conquistar todas as outras pequenas nações do Cáucaso. Em 1917, quando o Império Russo caiu, a Geórgia proclamou a independência e tentou anexar a Abecásia e a Ossétia do sul. Não se esperaram muitos anos até a Geórgia se tornar uma república Soviética supervisada directamente por Estaline, ele próprio que nasceu em Gori, uma pequena cidade georgiana, e anexou a Ossétia do Sul à Geórgia.
Durante a era soviética, o Kremlin tentou silenciar o nacionalismo de todas as repúblicas não Russas e consegui evitar a maioria de confrontos através destas politicas. Nos últimos anos do regime, durante a perestroika de Gorbachev, a Geórgia tentou dissolver a Ossétia do Sul chamando á região Zhinvali, titulo que não menciona a Ossétia do Sul.
Em resposta às politicas da georgianas, acompanhadas com cada vez mais violência, a Ossétia do Sul declarou-se a si próprio como sendo república independente e afirmando que não era parte da Geórgia antes de 1922.
No início de 1991, forças paramilitares e a guarda nacional da Geórgia tentaram entrar em Zhinvali, mas as milícias da Ossétia do Sul conseguiram repelir o ataque. Contudo, Zhinvali foi cercada e ficado constantemente sobe fogo de artilharia e de armas ligeiras até ao verão de 1992. De Novembro de 1989 a Julho de 1992 3000 ossetas foram mortos, 40 000 deixaram as suas casas e mudaram-se para a Ossetia do Norte e cerca de 100 povoamentos na região foram destruídos ou capturados pela Geórgia onde começaram a ser habitados por cidadãos georgianos.
Em 24 de Junho de 1992, Geórgia, Rússia, Ossétia do Sul e do Norte assinaram o acordo Dagomys, que regulou o conflito e que posicionou forças de paz da Rússia, Ossétia e Geórgia em Zhinvali. Desde 1993, a intensa batalha política dentro da Geórgia quase que levando á guerra civil deixou Zhinvali à sua sorte.
Em 2004, a luta de poder em Tiblissi acabou com a vitória do presidente pró-ocidente Michael Saakashvili que recuperou a ideia da Abecásia e a Ossétia do Sul serem anexadas à Geórgia, como o seu principal objectivo político.
Saakashvili, antigo advogado em Nova Iorque caracterizou-se como um verdadeiro democrata e presidente inovador, destinado a transformar a Geórgia numa república pró-ocidente, tendo como seu aliado os EUA, que via naquele pais uma oportunidade para as suas estratégicas policias na região, quer a sua proximidade no médio oriente, quer à Rússia.
Saakashvili enviou para o Iraque a 1º Brigada do exército georgiano como prova da sua vontade de ser uma nação pró-ocidente, treinada por instrutores norte americanos e equipados com material da NATO.
No panorama nacional, conseguiu combater a corrupção, recuperar a economia que em 2007 cresceu 12% e encarcerar ou obrigar a abandonar o país senhores da guerra e criminosos procurados.
Saakashvili teve as suas próprias razões para invadir a Ossétia do Sul a 8 de Agosto de 2008:
Primeiro, na reunião da NATO em Bucareste em Abril de 2008, a Geórgia assinalou que queria entrar para a Aliança para proteger a sua integridade territorial, mas a NATO estava relutante em prometer afiliação a um país que ainda tinha muitos grupos separatistas apoiados pela Rússia. Se a Geórgia conseguisse eliminar os enclaves separatistas, a barreira para entrar na NATO seria destruída. Se fossem derrotados, o que na altura era considerado quase ou mesmo impossível, a Geórgia podia constatar que estava a ser vítima de uma agressão militar antiocidental e apelar á entrada na organização e receber forte apoio financeiro e militar.
Segundo, os seus opositores políticos mandavam que Saakashvili realizasse as suas promessas de anexar a Abecásia e a Ossétia do Sul sob ameaça de novas eleições que o iam tirar do poder.
Terceiro, com a aproximação de eleições nos EUA em Novembro de 2008 e possivelmente com a revisão da política de agressividade estrangeira pelo Presidente Bush fez com que se criasse uma janela para a invasão.
Quarto, o presidente georgiano e os seus conselheiros calcularam que o exercito Russo, ainda a recuperar das sangrentas e desgastantes campanhas na Chechénia não suportariam as milícias da Ossétia do Sul.
Teorias da conspiração também sugerem que a Geórgia seria o local para a preparação de uma grande base militar americana com vista a atingir as instalações nucleares do Irão, coisa que os aliados muçulmanos dos EUA, a Turquia e Azerbaijão estariam relutantes a fazerem-no. Neste contexto geopolítico, a política de Saakashvili para “restaurar a ordem constitucional” de certeza que seria um benefício para a presença Americana.
A Batalha
Nas primeira horas da manha de 8 de Agosto de 2008, o conflito Georgio-Ossetia reapareceu mais uma vez numa escala militar nunca antes vista entre o governo central da Geórgia e os separatistas da Ossétia do Sul. As autoridades georgianas sob o controlo do presidente M. Saakashvili declararam que os separatistas não respeitaram as condições do cessar fogo, frequentemente abrindo fogo sob povoações georgianas na região, e anunciaram “o começo de operações militares para restaurar a ordem constitucional”.